Venezuela busca normalização internacional após saída e asilo de opositor Edmundo González

Após a concessão de asilo a Edmundo González na Espanha, Venezuela tenta restabelecer suas relações internacionais, enfrentando pressões de Estados Unidos, Europa e parte da América Latina. A saída de González frustrou expectativas de mudança política, resultando em novas sanções econômicas dos EUA e acusações de violações de direitos humanos pelo governo venezuelano durante os protestos pós-eleitorais. A União Europeia reconheceu González como presidente interino do país.

Enquanto isso, uma operação policial prendeu mercenários suspeitos de planejar o assassinato do presidente Nicolás Maduro. Em um documento divulgado, González reconheceu a reeleição de Maduro, confirmada pelo Tribunal Supremo de Justiça.

Diante desses desafios, o governo venezuelano busca fortalecer sua posição no cenário internacional, estabelecendo laços com aliados imunes à influência americana e mantendo negociações com representantes da ONU. Recentemente, Maduro se reuniu com Gianluca Rampolla del Tindaro, coordenador residente da ONU na Venezuela, para discutir supostas conspirações promovidas dos EUA contra o país.

Na última sexta-feira, Maduro e o secretário-geral da ONU, António Guterres, mantiveram uma conversa cordial sobre tentativas de desestabilização política na Venezuela. Ambos concordaram em apoiar consultas com diversos setores da sociedade venezuelana.

Enquanto isso, o chanceler venezuelano, Yvan Gil Pinto, tem se encontrado com diplomatas de países como Rússia, Guiné Bissau e Colômbia. No entanto, o professor de relações internacionais Alexandre Pires observa que, apesar das alianças políticas, a Venezuela enfrenta um isolamento crescente e continua dependente economicamente dos EUA.

A situação se complicou com a divulgação de uma carta na qual González aceita a decisão do TSJ que ratificou a vitória de Maduro. Embora inicialmente tenha contestado a decisão, González afirmou em vídeo que foi coagido a assinar a carta, o que as autoridades venezuelanas negaram, apresentando provas de que a reunião foi realizada sem pressão.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Nicolas Maduro/Instagram