Sean ‘Diddy’ Combs segue preso após oferta milionária de fiança de 50 mil dólares ser negada pela Justiça

O rapper Sean “Diddy” Combs, 54, terá que aguardar o julgamento preso. Acusado de tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição, o artista teve um pedido de fiança milionária negado pela Justiça. A prisão de Diddy ocorreu na segunda-feira (16), após meses de investigações.

Em sua decisão, o juiz Andrew Carter citou o histórico de violência de Diddy, incluindo um incidente em 2009 em que agrediu sua ex-namorada, como motivo para a decisão. Além disso, o juiz expressou preocupação com a possibilidade de Diddy influenciar testemunhas, o que poderia prejudicar o andamento do processo.

O advogado do rapper, Marc Agnifilo, declarou em frente ao tribunal federal de Manhattan:

“Esteja onde estiver, ele tem a mesma determinação. Acredita ser inocente”

Segundo o site TMZ, o rapper ofereceu US$ 50 milhões, cerca de R$ 270 milhões, para permanecer em liberdade até o início de seu julgamento, cuja data ainda não foi definida. Caso seja condenado nas três acusações que enfrenta, Sean Combs pode pegar prisão perpétua.

Combs, que responde a múltiplos processos civis que o descrevem como um “predador sexual violento”, é acusado de usar álcool e drogas para abusar de suas vítimas. Residências do artista foram alvo de buscas por agentes federais neste ano.

Conhecido também como Puff Daddy e P. Diddy, Combs é considerado uma figura central na popularização do hip hop, ajudando a levá-lo das ruas aos clubes de luxo, segundo a AFP. Além de sua carreira musical, ele construiu uma fortuna considerável com investimentos na indústria de bebidas alcoólicas.

Por décadas, Sean Combs “abusou, ameaçou e coagiu mulheres e outras pessoas ao seu redor para satisfazer seus desejos sexuais, proteger sua reputação e encobrir suas ações”, de acordo com o documento da acusação. O texto afirma que o artista utilizou seu “império musical” para alcançar esses objetivos.

O promotor Damian Williams declarou à imprensa que Combs criou um sistema baseado na “violência”, forçando mulheres a participarem de “longas relações sexuais com garotos de programa”, sob o efeito de drogas como ecstasy, GHB (conhecida como a droga do estupro) e cetamina. O rapper também teria gravado esses abusos.

“Quando não conseguia o que queria, era violento, (…) chutava e arrastava as vítimas, às vezes pelos cabelos”, disse o promotor.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Arquivo OnBus