Investimento em esporte paralímpico no Brasil aumenta com R$ 223 milhões em 2023, promovendo a inclusão

O esporte paralímpico no Brasil tem alcançado um alto nível de excelência, oferecendo uma rara oportunidade de inclusão social para pessoas com deficiência. Segundo a Pnad de 2022, 8,9% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, totalizando 19 milhões de pessoas. Embora o Brasil tenha avançado significativamente na infraestrutura para atletas paralímpicos, com centros de excelência como o Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro em São Paulo, que recebeu um investimento de R$ 264 milhões e pode acomodar até 300 atletas, ainda há desafios a enfrentar.

O esporte paralímpico no Brasil precisa de uma estrutura de base mais robusta, semelhante ao que existe para atletas sem deficiência. O acesso a esportes de base em escolas e centros públicos é crucial para descobrir e formar novos talentos e promover inclusão social. A recente participação de 88 atletas estreantes nas Paralimpíadas de Paris, parte de uma delegação de 254 pessoas, é um sinal positivo para o desenvolvimento contínuo de atletas.

O Brasil ainda enfrenta grandes desafios em termos de inclusão para pessoas com deficiência. Dados da Pnad de 2022 revelam que a taxa de analfabetismo entre deficientes é de 19,5%, comparada a 4,1% entre pessoas sem deficiência, e a taxa de ocupação é de 26,6%, frente a 60% na população sem deficiência. Além disso, a renda média dos deficientes é 30% menor.

O investimento em esporte paralímpico tem sido substancial, com R$ 223 milhões destinados em 2023, oriundos da Lei Agnelo/Piva, que direciona 0,87% da arrecadação das Loterias do Brasil ao Comitê Paralímpico Brasileiro.

O sucesso paralímpico precisa inspirar uma maior conscientização e mudança social em relação às dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência. A recente Paralimpíada em Paris exemplifica como a acessibilidade continua sendo um problema, com menos de 10% das estações de metrô da cidade sendo acessíveis, apesar de sua vasta rede de transporte.

Por: Luiza Torrão

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