Caso Marielle: PF descobre ida de Girão à Delegacia de Homicídios horas depois de mandado de prisão

De acordo com os investigadores da Polícia Federal, o ex-bombeiro e ex-vereador Cristiano Girão Matias, suspeito de ser mandante do assassinato de Marielle Franco e de um miliciano rival, o André Zóio, compareceu em 2020 à Delegacia de
Homicídios da Capital (DHC), 24 horas depois da expedição de um mandado de busca e apreensão.

A descoberta se deu por meio do rastreamento dos passos de todos os suspeitos de serem os mandantes. Com essa tática, a PF apurou que Girão acessou o Wi-Fi da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) em 25 de agosto de 2020, às 0h47, usando a senha da delegacia: “dhcapital2019”. Segundo o relatório dos peritos, a senha de acesso ficou registrada no aparelho do suspeito.

Em suas delações, Ronnie Lessa, o assassinato confesso da vereadora, afasta a hipótese de Girão ser mandante. O ex-PM defende que os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão encomendaram a morte de Marielle.

Em 2008, Matias foi preso denunciado pela CPI das Milícias, presidida pelo então deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), por supostamente chefiar uma organização criminosa na Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio. Na época, Marielle atuava como assessora de Freixo.

Ele volta a ser detido em 2021, acusado da morte de André Zóio e sua companheira, Juliana Sales de Oliveira, ocorrida em 14
de junho de 2014, na Gardênia Azul. O crime estaria relacionado à disputa pelo controle da Gardênia, à época, comandada pelo miliciano Zóio.

Por: Ágatha Araújo

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