Setembro Amarelo: Estudo aponta que suicídio no Brasil supera, em número, mortes causadas por AIDS e câncer
Um novo estudo do Ministério da Saúde revela um quadro alarmante sobre o suicídio no Brasil. Nesse estudo, é apresentado uma análise detalhada sobre suicídios e lesões autoprovocadas no Brasil entre 2010 e 2021. Os dados foram divulgados no Boletim Epidemiológico de fevereiro de 2024.
Em 2021, foram registrados 15.507 casos, com os homens representando a maior parte das vítimas, 77,8%. A cada 45 minutos, um brasileiro tira a própria vida. O suicídio, no país, supera em número mortes causadas por doenças como AIDS e determinados tipos de câncer. A cada dia, são cerca de 32 casos.
Outro dado alarmante do boletim é o aumento do número de suicídios entre adolescentes e adultos jovens. As faixas etárias entre 15 e 29 anos são as mais afetadas, tanto no Brasil quanto no mundo. Especialistas buscam entender as causas desse problema.
As redes sociais, ferramentas criadas para conectar pessoas, estão sendo apontadas como um dos vilões por trás do aumento dos casos de suicídio entre jovens. O uso excessivo dessas plataformas, marcado pela comparação constante com a vida dos outros, pode intensificar sentimentos de solidão, ansiedade e depressão. A busca por uma imagem perfeita nas redes, muitas vezes irreal, pode levar a uma profunda insatisfação com a própria vida, especialmente em uma fase tão delicada como a adolescência.
O ambiente virtual, especialmente as redes sociais, tem se mostrado um terreno fértil para o bullying, a disseminação de conteúdos prejudiciais e o desenvolvimento de problemas de saúde mental entre os jovens. O cyberbullying, a glorificação de comportamentos autodestrutivos e a comparação constante com padrões irreais de beleza contribuem para um aumento nos casos de depressão, ansiedade e, em casos extremos, suicídio. É urgente que a sociedade como um todo se mobilize para combater esse problema e oferecer apoio aos jovens.
A exposição constante a conteúdos nocivos, o cyberbullying e a comparação constante com os outros podem ter consequências devastadoras para a saúde mental dos adolescentes.
Doenças como depressão, ansiedade e abuso de substâncias são frequentemente associadas ao suicídio, e o diálogo aberto é fundamental para oferecer suporte e tratamento a quem precisa.
A campanha Setembro Amarelo ganhou proporções nacionais desde sua criação em 2015. Com o apoio de entidades como Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a iniciativa conta com a participação de diversas cidades brasileiras, que iluminam monumentos históricos como o Cristo Redentor e o Congresso Nacional com a cor amarela, simbolizando a esperança e a luta contra o suicídio.
O CVV oferece apoio emocional gratuito e anônimo 24 horas por dia, pelo telefone 188 ou pelo site . Lembre-se: você não está sozinho. Além do CVV, postos de saúde, CAPS e hospitais também oferecem atendimento especializado.
Por: Beatriz Queiroz
Foto: Arquivo OnBus