Trabalhadores japoneses buscam agências especializadas para facilitar demissões devido ao excesso de trabalho
No Japão, onde a cultura de trabalho excessivo é predominante, agências especializadas em demissão, como a Momuri, estão ganhando popularidade. Yuki Watanabe, uma jovem que enfrentou longas jornadas de trabalho e problemas de saúde devido ao estresse, recorreu à Momuri para ajudá-la a sair de um emprego difícil sem o estigma de desrespeito. A Momuri, fundada em 2022, oferece serviços que incluem a apresentação formal de demissões e negociação com os empregadores, por um custo de aproximadamente US$ 150.
Essas agências surgiram como uma resposta à pressão intensa e ao assédio que muitos funcionários enfrentam ao tentar deixar seus empregos. Embora a prática de usar intermediários para demissões seja relativamente nova, ela reflete uma mudança na atitude dos jovens trabalhadores japoneses, que agora valorizam mais a qualidade de vida e estão menos dispostos a tolerar ambientes de trabalho tóxicos.
O Japão, conhecido por suas longas horas de trabalho e a prática do “karoshi” (morte por excesso de trabalho), vê um aumento no número de pessoas buscando compensações por estresse mental. A lista de empregadores antiéticos, publicada pelo governo para combater as más condições de trabalho, inclui mais de 370 empresas desde 2017. A Momuri, com um aumento de consultas significativas no último ano, atende principalmente funcionários de pequenas e médias empresas, enfrentando casos extremos onde até mesmo os chefes recorrem a medidas drásticas para impedir demissões.
Enquanto a Momuri e outras agências de demissão continuam a ajudar os trabalhadores a enfrentar a cultura rígida de trabalho, a expectativa é que, eventualmente, a necessidade desses serviços diminua conforme a sociedade e as práticas trabalhistas evoluam.
Por: Luiza Torrão
Foto: Frepik