Marina Silva alerta para fim do Pantanal e pede marco regulatório para emergência climática

Na quarta-feira (4), durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, Marina Silva, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, voltou a alertar sobre o avanço da crise climática. Para ela, se nada for feito, as altas temperaturas associadas ao fenômeno de baixa precipitação continuarão provocando queimadas pelo país, o que poderá gerar grandes perdas da biodiversidade brasileira, como o Pantanal, por exemplo.

“Se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é de que poderemos perder o Pantanal até o fim deste século. Isso tem um nome: baixa precipitação, alto processo de evapotranspiração, não conseguindo alcançar a cota de cheia, nem dos rios nem da planície alagada. E, portanto, a cada ano se vai perdendo cobertura vegetal. Seja em função de desmatamento ou de queimadas”, discursou Marina.

A ministra do governo Lula foi convidada pela comissão a prestar esclarecimentos sobre as ações do governo federal diante da escalada de queimadas e incêndios florestais em biomas, principalmente em regiões da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal.

Diante desse cenário, Marina defendeu que o Congresso crie um marco regulatório de emergência climática. A ideia recebeu apoio da presidente da Comissão, senadora Leila Barros (PDT-DF), que destacou que as queimadas que impactam o Brasil atualmente são um reflexo direto da emergência climática, além das ações criminosas.

Foram contabilizados 68,3 mil focos de queimadas apenas em agosto deste ano – um crescimento de 144% em relação ao mesmo período de 2023, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo ela, o cenário é resultado do somatório entre a crise climática, a escassez hídrica e a pior seca dos últimos 40 anos.

“Estamos vivendo sob um novo normal que vai exigir do poder público capacidade de dar resposta que nem sabemos como vão se desdobrar daqui para a frente. Somos cobrados para que se faça investimento que são retro alimentadores do fogo”, disse ela.

O aumento de queimadas criminosas também está prejudicando os biomas. Na Amazônia, a exemplo, 27% dos incêndios florestais estão em áreas com atividade agropecuária e 41% em áreas de vegetação não florestal. Aproximadamente 85% dos incêndios acontecem em propriedades privadas e 15%, em terras indígenas ou unidades de conservação.

 

Créditos da imagem: Divulgação/Redes Sociais

Escrito por: Rafael Ajooz