Ronnie Lessa é ouvido pelo terceiro dia seguido em audiência do STF após confessar ter atirado em Marielle Franco

O ex-policial militar e réu confesso do crime que matou Marielle Franco, Ronnie Lessa, é ouvido pelo terceiro dia seguido em audiência do STF. Ele presta depoimento desde a terça-feira (27).

Ele segue afirmando que a Polícia Civil do Rio de Janeiro tem fortes conexões com a milícia, ele acusa Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil, de ser corrupto. Afirmou que Rivaldo era chamado de “Topa” por topar tudo por dinheiro, até mesmo qualquer crime que fosse proposto. Ronnie lessa disse em depoimento:

“Eu sou réu confesso. Eu atirei na Marielle. No dia seguinte ao crime eu vi o Rivaldo abraçado à família da vereadora. Aquilo causou náusea em quem atirou. A mente dele é voltada para o mal. Cheguei a comentar com o Macalé (Edmílson Oliveira da Silva) e colocou a mão na cabeça. Quando a gente fala da DH (Delegacia de Homicídios), a gente fala do Rivaldo”.

De acordo com o autor do crime, 25 milhões de reais foram oferecidos para que ele realizasse a execução, ele diz que aceitou cometer a execução por ganância. A Delegacia de Homicídios comandada por Rivaldo trabalhava contra a solução do assassinato de Marielle, foi dele a ideia de transformar o local em “Super DH”, supostamente aderindo métodos utilizados pelo FBI, mas na verdade a intenção era poder aumentar o valor da propina cobrada.

“Casas de massagem, contravenção, milícias, tráfico de drogas. Qualquer tipo de crime, há um pagamento. Se a gente hoje juntar todos os inquéritos que foram administrados pela Delegacia de Homicídios, da gestão do Dr. Rivaldo Barbosa para cá, vai ser uma coisa assim escandalosa. Porque aí o senhor vai ver que quem está sendo preso é o cachaceiro que deu uma garrafada no pescoço do outro e acabou matando. Quem tem dinheiro no Rio de Janeiro não vai preso por homicídio”.

Lessa está detido em um presídio federal, a defesa de Rivaldo Barbosa não se pronunciou.

Por: Victoria Brasil 

Imagem: Reprodução/Redes sociais