Operação de demolição de imóveis irregulares na Maré chega ao oitavo dia e alunos seguem sem aulas
Alunos voltaram a ficar sem aula na manhã desta segunda-feira (26) em decorrência de uma mega operação de demolição de imóveis de luxo irregulares construídos pelo tráfico no Complexo da Maré, na Zona Norte. Nas comunidades, duas escolas estaduais não abrem há uma semana, impactando 1424 estudantes. Na rede municipal, por sua vez, 24 unidades estão de portões fechados. Esse já é o oitavo dia seguido de ações policias na região.
Segundo a Secretaria de Estado de Educação, as atividades no Ciep 326 – César Pernetta e no Colégio Estadual Pernetta e no Colégio Estadual Professor João Borges de Moraes estão suspensas desde a última segunda-feira (19). Já as escolas municipais estiveram fechadas por três dias seguidos, funcionando em horários alternados somente na quinta (22) e sexta-feira (23).
“A pasta segue avaliando diariamente as condições de segurança para decidir sobre a abertura ou fechamento das escolas, seguindo o protocolo Acesso Mais Seguro, feito em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha”, disse a Secretaria Municipal de Educação.
De acordo com a gestão das unidades, os conteúdos que seriam dados em aula são repostos posteriormente. A Ong Redes da Maré diz que, no total, 9 mil alunos já foram afetados.
Até agora, as equipes da Prefeitura finalizaram a demolição do pavimento de um dos prédios, o que permite a entrada das máquinas, restando somente a desocupação dos prédios imóveis vizinhos para o trabalho com a retroescavadeira. Já foram destruídos 32 prédios, com mais de 162 apartamentos.
Na última sexta-feira (23), mais de mil pessoas ocuparam a Avenida Brigadeiro Trompowski com cartazes pedindo paz e dizendo que os apartamentos demolidos são propriedades da população local, e não do tráfico. Os moradores dizem que estão sendo despejados de suas próprias casas. Na ocasião, os comércios locais ficaram fechados. Ao todo, o condomínio de luxo abriga 40 imóveis.
Os imóveis irregulares foram construídos sem nenhuma autorização da prefeitura, não possuindo responsável um técnico pelas obras. Engenheiros da Prefeitura estipulam prejuízo de R$ 30 milhões aos responsáveis pelas construções.
Créditos da imagem: Divulgação/SEOP
Escrito por: Rafael Ajooz