Tarcísio Motta critica apoio de Marcelo Freixo a Eduardo Paes e destaca distanciamento dos princípios da esquerda
O candidato do PSOL à Prefeitura do Rio, Tarcísio Motta, expressou sua tristeza e decepção com a decisão de Marcelo Freixo, do PT, de apoiar Eduardo Paes, do PSD. Freixo, que foi uma figura central da esquerda carioca na última década, justificou seu apoio a Paes como uma estratégia para derrotar a extrema direita representada pelo bolsonarista Alexandre Ramagem, do PL.
Para Motta, essa escolha representa um distanciamento dos princípios e valores que Freixo defendeu por anos. A aliança com Paes, visto como um adversário político, provoca uma ruptura significativa na trajetória política da esquerda no Rio.
“Freixo virou um enigma para seus antigos companheiros. Seu apoio a Paes não me surpreende, mas causa tristeza e decepção”, declarou Tarcísio à coluna do jornal O Globo. “O Rio precisa de uma candidatura de esquerda. Quero fazer uma campanha com coerência, explicando nossas bandeiras e sem recuar do que sempre defendi”, alfinetou.
Motta revelou que sua decisão de se candidatar à Prefeitura do Rio foi motivada pelas divergências com a campanha de Marcelo Freixo ao governo do estado em 2022. Após trocar o PSOL pelo PSB, Freixo ajustou seu discurso para atrair eleitores de centro e abandonou bandeiras históricas, como a legalização das drogas. Essa mudança de estratégia não foi suficiente para garantir a vitória, e Freixo acabou sendo derrotado no primeiro turno por Cláudio Castro, do PL.
“Freixo tentou conquistar votos recuando de posições históricas, o que resultou em perda de coerência e legitimidade, algo que o eleitor percebe”, critica Tarcísio.
Motta também fez questão de destacar a diferença entre Paes e suas propostas: “Paes nunca foi de esquerda e não representa um voto antifascista. É um político neoliberal e autoritário, cujo governo produziu uma cidade cara, violenta e desigual.”
Na noite desta quinta-feira, dissidentes do PT realizarão um ato para declarar seu apoio a Tarcísio Motta. Embora o candidato não tenha formalizado uma aliança com o partido, ele afirma que utilizará o nome do presidente Lula em sua campanha.
“Vou defender o programa que elegeu Lula em 2022. Paes não fará isso”, provoca Tarcísio.
Por Luiza Torrão
Foto: Divulgação/Internet