México aguardará decisão do Tribunal de Justiça Venezuelano sobre resultados eleitorais

O governo do México informou aos Estados Unidos que aguarda a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela sobre a perícia relacionada aos resultados da eleição presidencial de 28 de julho.

A chanceler do México, Alicia Bárcena, discutiu a eleição venezuelana por telefone com o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Conforme comunicado pelo Ministério das Relações Exteriores do México nesta quinta-feira (15), Alicia reiterou a posição do México de “aguardar o resultado do processo perante o TSJ da Venezuela e de exigir transparência dos resultados eleitorais pelas autoridades competentes”.

Segundo o governo mexicano, Blinken expressou apoio às posições do México, Brasil e Colômbia, que têm solicitado à Venezuela a apresentação dos dados eleitorais detalhados por mesa de votação. Isso ocorre porque o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela apenas divulgou os resultados totais, declarando a vitória do presidente Nicolás Maduro, sem fornecer dados detalhados por urna. A oposição venezuelana e várias nações e organizações têm contestado tanto o resultado quanto a forma como os dados foram divulgados. Os EUA já reconheceram a vitória do opositor Edmundo González, mesmo sem a conclusão da perícia judicial ou a divulgação dos dados detalhados da votação.

Na quarta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, para discutir uma solução para a crise política na Venezuela.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, anunciou que se afastou da mediação que vinha realizando com o Brasil e a Colômbia até a publicação da decisão do TSJ, que Obrador espera que seja divulgada ainda esta semana. O TSJ informou que emitirá uma decisão definitiva sobre o impasse relativo à eleição presidencial em tempo oportuno. Devido ao suposto ataque cibernético e aos questionamentos da oposição sobre a veracidade dos resultados divulgados pelo CNE, o governo de Nicolás Maduro entrou com um recurso no Tribunal Supremo de Justiça.

A Corte máxima venezuelana abriu uma investigação para revisar todo o processo eleitoral e confirmou que já possui todos os dados do CNE sobre a votação de 28 de julho. O principal candidato da oposição, Edmundo González, não compareceu ao TSJ, e os partidos que o representam não apresentaram os documentos eleitorais que alegam possuir.

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