Governo Maduro dá indícios que pode ter espionado membros da ONU que acompanharam eleições na Venezuela

O governo de Maduro rejeitou o relatório da ONU sobre o processo eleitoral na Venezuela, e sugeriu que pode ter espionado membros do órgão que monitoraram  o pleito no país. A revelação está contida em um comunicado publicado pela chancelaria venezuelana, nessa terça-feira (13).

Segundo Caracas, os funcionários do painel eleitoral independente da ONU tiveram acesso a todas as fases do processo eleitoral venezuelano, “podendo comprovar o excelente funcionamento do sistema venezuelano”.

Por causa disso, o governo venezuelano denominou o relatório que criticou a falta de transparência na eleição de “irresponsável” e de “propaganda que serve aos interesses golpistas da extrema direita”.

Em outra parte do comunicado, o governo da Venezuela afirmou, sem apresentar provas, que os quatro especialistas do órgão que acompanharam as eleições estiveram em “contato direto” com funcionários do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

“Chama a atenção que durante a estadia na Venezuela, os integrantes desse painel falso de especialistas, tiveram contatos diretos com o Departamento de Estado dos Estados Unidos, razão pela qual não há dúvida de que suas declarações são produto de instruções hostis deste órgão, que parecem estar longe dos compromissos que tiveram que assumir no âmbito do seu mandato”, disse o governo.

Sem dar maiores detalhes sobre como o suposto contato direto entre funcionários da ONU e Washington foi revelado, o regime de Maduro deu a entender que os quatro especialistas foram observados de perto pelo governo enquanto eles estiveram no país.

Além disso, a Venezuela também não apresentou provas de que a comunicação tenha realmente existido. A ONU ainda não se pronunciou sobre a acusação até o momento.

Créditos da imagem: Divulgação/Commons

Escrito por: Rafael Ajooz