Em palestra no Rio Innovation Week, criador do Orkut diz que planeja lançar nova plataforma

Orkut Büyükkökten, o criador do Orkut, revela planos de lançar uma nova rede social, podendo trazer algumas funções da queridinha rede social da geração z dos anos 2000, despertando nostalgia em seus usuários.

Tenho ouvido muito sobre alguns dos recursos que as pessoas realmente sentem falta, como os depoimentos. Portanto, você pode esperar ver alguns desses recursos de volta na nova plataforma, afirma.

Nesta quarta-feira (14), na feira de tecnologia e inovação Rio Innovation Week 2024, no Rio de Janeiro. Na palestra “Gerações e conexões: impactos das tecnologias e mídias sociais”, Büyükkökten expressou como o uso de algoritmos mudou a forma que as pessoas se relacionam com as rede sociais.

Orkut Büyükkökten, em entrevista ao portal TechTudo, revelou que está desenvolvendo uma nova rede social focada em proporcionar felicidade e conexões entre os usuários. Ele não confirmou se esta será uma plataforma totalmente nova ou se existe a possibilidade de reativar o orkut.com, que foi desativado em 2014.

Após o fim da Hello, uma rede social criada por Büyükkökten em 2016 e mantida até 2022, o engenheiro começou a planejar uma nova plataforma. Ele pretende utilizar as experiências adquiridas em seus projetos anteriores para criar um novo modo de se relacionar online.

“Estamos usando o poder da tecnologia IAe do aprendizado de máquina para otimizar a felicidade, a positividade e unir as pessoas. Portanto, a comunidade será uma grande parte dessa experiência”, afirma Büyükkökten. Segundo o engenheiro, todas as escolhas do design e de produto são tomadas visando o bem-estar dos usuários.

O engenheiro Büyükkökten mencionou que costumava deixar comentários nos perfis de seus amigos e era fã de comunidades populares na antiga rede social, como “Eu abro a geladeira para pensar” e “Eu odeio segunda-feira”. Ele sugere que algumas dessas funcionalidades da rede social dos anos 2000 podem retornar em seu novo projeto, mas ainda não há uma data prevista para o lançamento.

Orkut Büyükkökten destacou que uma das principais preocupações da nova rede social que está desenvolvendo é a saúde mental. Durante sua apresentação na Rio Innovation Week, ele enfatizou a importância de se conectar de forma genuína, indo além das curtidas, do engajamento superficial e das relações online.

Büyükkökten argumentou que uma simples análise geracional não é suficiente para compreender os impactos da internet e das redes sociais no comportamento e na personalidade das pessoas. Em vez disso, ele sugere uma análise mais abrangente de como diferentes tipos de mídia, como rádio, TV e internet, têm influenciado as relações entre crianças, jovens, adultos e idosos.

O engenheiro também criticou o uso de algoritmos e tecnologias como aprendizado de máquina e inteligência artificial nas redes sociais, afirmando que essas ferramentas dificultam a criação de conexões virtuais positivas. “Esses algoritmos são otimizados para maximizar o lucro e o engajamento. Muitas vezes, a negatividade gera mais engajamento, o que permite mostrar mais publicidade e, consequentemente, obter mais lucro”, explicou.

No entanto, ele ressaltou a importância de lembrar a origem das conexões humanas ao criar ferramentas online que promovam a união, em vez da separação. “Seu celular não precisa do seu sorriso, não precisa de você e nunca vai te amar de volta. Precisamos encontrar uma maneira de usar a tecnologia para nos unir, em vez de nos separar”, concluiu.

Conexões reais não vêm do número de curtidas, amigos ou seguidores que temos online, mas de nossas comunidades, conversas que temos e experiências que compartilhamos no mundo real, diz.
Para o executivo, as redes sociais evoluíram para se tornarem mídias sociais, e com essa transformação, a natureza das interações humanas mudou significativamente. Em vez de cultivar novas amizades e vivenciar experiências autênticas como se fazia no Orkut, hoje muitos utilizam as plataformas apenas para acompanhar influenciadores e celebridades. Büyükkökten argumenta que isso contribui para uma crescente sensação de solidão na sociedade. “Em vez de nos encontrarmos pessoalmente com nossos amigos, passamos o tempo deslizando pelos feeds, o que muitas vezes só intensifica a nossa solidão”, afirma.