Israel não é convidada para cerimônia de paz em Nagasaki e embaixador israelense reclama
O embaixador de Israel ao Japão atacou as autoridades em Nagasaki depois de estas se recusarem a convidá-lo para uma cerimônia de paz para lembrar o bombardeamento atômico de 1945 na cidade japonesa, acusando o presidente da câmara local de “inventar” receios de segurança.
A decisão de Nagasaki vai contra a de Hiroshima, que acolhe a sua cerimônia na terça-feira (6) e convidou Israel.
As duas cidades estiveram sob pressão de ativistas e grupos de sobreviventes de bombas para excluir Israel em razão do bombardeio de Gaza, onde dezenas de milhares de palestinos foram mortos desde que Israel começou a atacar o grupo militante Hamas após o ataque do grupo extremista de 7 de outubro.
Tanto a Rússia como a Bielorrússia foram rejeitadas nos eventos pela invasão da Ucrânia por Moscou e os ativistas esperavam que Nagasaki e Hiroshima – que sofreram o terror gerado pelas armas nucleares no final da Segunda Guerra Mundial – fizessem o mesmo em relação a Israel.
“Gostaria de sublinhar que esta decisão não se baseou em considerações políticas, mas sim no nosso desejo de realizar a cerimônia em homenagem às vítimas dos bombardeamentos atômicos numa atmosfera pacífica e solene, e de garantir que a cerimônia decorra sem problemas”, disse ele, chamando a decisão de “difícil”.
Gilad Cohen, embaixador de Israel em Tóquio, entretanto, rejeitou esse argumento.
“Não tem nada a ver com a ordem pública”, disse ele ao canal de notícias CNN nesta segunda-feira (5).
“Verifiquei com as autoridades competentes responsáveis pela ordem e segurança públicas e não há nenhum obstáculo para que eu vá a Nagasaki”, acrescentou, acusando o prefeito de “inventar isto”.
“Estou realmente surpreso por ele ter sequestrado esta cerimônia por suas motivações políticas”, finalizou o diplomata.
Créditos da imagem: Divulgação/Commons
Escrito por: Rafael Ajooz