Museu do Samba leva exposição itinerante a colégios públicos com enfoque antirracista

O Museu do Samba, localizado em Mangueira, lançou uma exposição itinerante que está visitando colégios públicos para promover a educação antirracista. O projeto beneficiará cerca de dois mil alunos do ensino fundamental até o final do ano, iniciando sua jornada na Escola Municipal Jackson Figueiredo, na Barra da Tijuca, nesta terça-feira (30).

Intitulada “Samba Nego Miudinho”, a mostra explora a história social do samba, suas origens e os trajetos de figuras icônicas do gênero. Além disso, são oferecidos livros de autores negros aos estudantes para complementar a experiência.

A abertura da exposição contou com um bate-papo com as integrantes do grupo Matriarcas do Samba: Nilcemar Nogueira, Vera de Jesus e Selma Candeia, netas de Cartola e Clementina de Jesus, e filha do compositor Candeia. O trio compartilhou clássicos do samba e histórias dos bastidores da criação de grandes obras da música popular brasileira.

“Este projeto cultural é uma aplicação prática da lei que prevê o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas. Focamos nas escolas municipais próximas a morros e favelas, onde a maioria dos alunos é descendente de negros e não tem acesso a materiais que valorizem a cultura de seus ancestrais. Também oferecemos uma oportunidade para os professores trocarem experiências sobre métodos de ensino da história e cultura afro-brasileira e africana”, explica Nilcemar, fundadora do Museu do Samba.

A exposição seguirá para as escolas municipais Cinco de Julho, em Cascadura, no dia 6 de agosto, e Presidente Café Filho, na Vila Kennedy, no dia 20 de agosto, beneficiando alunos do primeiro ao quinto ano. Outras duas escolas serão contempladas até o final do ano.

Fundado em 2001 pelos netos de Cartola e Dona Zica como Centro Cultural Cartola, o Museu do Samba foi renomeado em 2015. Com um acervo de mais de 45 mil itens e 160 depoimentos originais de grandes nomes do samba e do carnaval, a instituição foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro em maio de 2024.

 

Foto: Diego Mendes/ Divulgação