Após decidir defender interesses diplomáticos da Argentina na Venezuela, bandeira do Brasil é erguida em Caracas

Após a decisão do Brasil de defender os interesses diplomáticos da Argentina na Venezuela, a bandeira brasileira foi erguida, nesta quinta-feira (1º) na residência oficial do embaixador argentino em Caracas, informou o Itamaraty.

Na quarta-feira (31), o Ministério das Relações Exteriores do Brasil atendeu a um pedido do governo argentino para assumir a defesa de seus interesses diplomáticos na Venezuela, após o governo de Nicolás Maduro expulsar os diplomatas argentinos do país. Com esse gesto, o Brasil assumiu a “custódia” da Embaixada da Argentina na Venezuela e também as funções diplomáticas de Buenos Aires em Caracas, conforme declarou o presidente argentino, Javier Milei.

Também nesta quinta-feira, Milei expressou seu agradecimento ao Brasil. “Agradeço enormemente a disposição do Brasil ao assumir a custódia da Embaixada argentina na Venezuela. Também agradecemos a representação momentânea dos interesses da Argentina e de seus cidadãos lá”, disse ele em um post.

Além da Argentina, o regime de Maduro também expulsou diplomatas de outros seis países latino-americanos que contestaram o resultado das eleições na Venezuela: Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai. O Peru também deverá contar com a ajuda do Brasil para representar seus interesses imediatos, como a proteção de prédios e cidadãos.

O pedido de Buenos Aires foi feito pela chanceler argentina, Diana Mondino, ao ministro brasileiro Mauro Vieira após a expulsão dos diplomatas argentinos.

Na prática, ao defender os interesses diplomáticos de outro país, o Brasil garantirá a inviolabilidade das instalações e dos arquivos argentinos na Venezuela. Isso significa que diplomatas brasileiros poderão atuar nas instalações argentinas.

A ajuda do Brasil também inclui esforços para encontrar um destino para seis asilados venezuelanos que estão refugiados na Embaixada da Argentina em Caracas. Os asilados, opositores ao governo de Nicolás Maduro, devem ser transferidos, com a ajuda do Brasil, para embaixadas de outros países, possivelmente membros da União Europeia.