Investigações do Ministério Público Federal indicam que o juiz federal Alderico Rocha Santos, de 58 anos, não conseguiu comprovar a origem do dinheiro utilizado na aquisição de duas fazendas em Tocantins. Os imóveis foram comprados em 2022, pelo valor de de R$ 33,5 milhões. Por causa disso, o magistrado pode ser penalizado com a aposentadoria compulsória.
Ao requerer a aposentadoria compulsória de Alderico Santos, que atua em Goiás, a procuradora Ana Paula Mantovani Siqueira pontuou que ele multiplicou o patrimônio, em mais de 10 vezes, numa velocidade incompatível com o salário. Ela destacou, ainda, “atos vedados à Magistratura (gestão de empresa), sucessivos atos escandalosos e atentatórios à dignidade, honra e ao decoro da função de juiz, e, por fim, uso para fins privados dos contatos e da posição de juiz”.
“O valor total apenas das duas fazendas compradas pelo magistrado em 2022 supera em mais de dez vezes o patrimônio declarado em 31/12/2008, o que reforça a necessidade de aprofundamento das investigações para análise da licitude da origem dos bens, uma vez que o exponencial crescimento patrimonial, salvo melhor juízo, não parece guardar compatibilidade com os rendimentos recebidos pelo desempenho de cargos públicos”, escreveu a procuradora em reclamação disciplinar protocolada na corregedoria do TRF-1 [Tribunal Regional Federal da 1ª Região].
As investigações apontaram uma série de pagamentos feitos ao magistrado, sem motivação comprovada. Alderico Santos se defendeu alegando que os pagamentos se referem a imóveis vendidos por ele.
Ele também justificou sua evolução patrimonial ao trabalho como juiz federal desde 1997, venda de imóveis, dinheiro recebido do pai e rendimentos sendo sócio de um curso de disciplinas jurídicas, além da atividade pecuária.
Créditos da imagem: Divulgação/TRE GO
Escrito por: Rafael Ajooz