Anvisa diz que ‘pílula do câncer’ não é autorizada e não tem eficácia contra doença

Diante de propagandas enganosas em redes sociais que sugerem o uso da fosfoetanolamina sintética para o tratamento do câncer, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu nota afirmando que o medicamento, chamado de “pílula do câncer” não tem autorização e nem eficácia contra a doença.

A fosfoetanolamina não possui registro na Anvisa e não deve ser comercializada no Brasil como medicamento, ressalta comunicado da reguladora desta terça-feira, 23.

Os testes em humanos da pesquisa do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Faculdade de Medicina da USP, foram iniciados em agosto de 2016, com dez pacientes. Nele se comprou os efeitos colaterais graves da substância. No mesmo ano, a então presidente Dilma Rousseff sancionou um projeto de lei autorizando pacientes com câncer a usarem a fosfoetanolamina. A decisão, entretanto, foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que compreendeu que a ausência de testes sobre a droga colocava a vida dos pacientes em risco.

“Embora a substância não seja proibida, sua comercialização só pode ocorrer com a devida aprovação da Anvisa, conforme exigido pela legislação brasileira e pelos padrões internacionais”, diz o texto.

“Sem as pesquisas clínicas adequadas e o devido registro, a fosfoetanolamina não pode ser considerada segura ou eficaz para o tratamento do câncer. A fosfoetanolamina também não tem aprovação da Anvisa como suplemento alimentar. (…) Propagandas nas redes sociais que sugiram que a fosfoetanolamina combate o câncer ou qualquer outra doença, atribuindo-lhe propriedades funcionais ou de saúde, são irregulares e enganosas”, completou a Anvisa.

Créditos da imagem: Divulgação/Commons

Escrito por: Rafael Ajooz