Hospital em SP culpa idoso diagnosticado com hemorroida por erro médico em cirurgia indevida

A Santa Casa de Misericórdia culpou um idoso de 72 anos, diagnosticado com hemorroida, por erro médico em uma cirurgia indevida que retirou a vesícula do paciente. José Aparecido Faria só descobriu a ausência do órgão ao acordar da anestesia em Birigui (SP), segundo o advogado de defesa do paciente.

Questionada pela TV TEM, a Santa Casa informou que não vai comentar sobre o caso. Após a conclusão da sindicância aberta pelo hospital para investigar o ocorrido no centro cirúrgico, sete funcionários, entre enfermeiros e técnicos de enfermagem, foram advertidos pela instituição .

Os funcionários continuam trabalhando no hospital. Um deles, contudo, foi afastado por 30 dias. Durante o período de afastamento, ele não receberá o salário.

A cirurgiã e a anestesista responsáveis pelo erro não trabalham mais na instituição e a sindicância espera agora o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, que deverá decidir sobre a punição.

Conforme os advogados, na sindicância foi discutido que os enfermeiros questionaram se José faria a cirurgia de colecistectomia, nome técnico do procedimento de retirada de vesícula, e o paciente respondeu que sim. Contudo, o idoso negou que tenha sido perguntado sobre o tipo de procedimento.

As pessoas que participaram da sindicância alegaram, para se defender, que perguntavam para o José se ele faria a colecistectomia, que é um termo complicado, e ele falava que sim. Só que é um absurdo, uma vez que o paciente não tem obrigação de saber o termo técnico. Então, para eles, o José teve culpa na situação“, afirmaram os advogados.

É um absurdo o que eles estão tentando fazer, porque é dever e obrigação deles analisarem documentação e exames para saber o que realmente a pessoa vai fazer. Se for dessa forma, se eles tivessem perguntado para o José e ele dissesse que era cirurgia no pé, eles teriam operado o pé dele. Então é uma atribuição de culpa que não tem cabimento algum“, lamentou a defesa.

Por: Ágatha Aráujo

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