PF investiga Abin por disseminação de fake news e monitoramento ilegal contra autoridades e jornalistas durante Governo Bolsonaro

Nesta quinta-feira (11), a Polícia Federal deflagrou uma operação para cumprir cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, em decorrência de investigações que apontam a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) por monitoramento ilegal e disseminação de fake news contra diversas autoridades do Judiciário, Legislativo, um ex-presidenciável e jornalistas.

Segundo as investigações, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, a Abin utilizou recursos para monitorar políticos como os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, além de parlamentares como o Deputado Federal Arthur Lira e os Senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues. Também foram alvos o ex-governador João Dória, auditores da Receita Federal e jornalistas como Monica Bergamo, Vera Magalhães e Luiza Alves Bandeira.

A ação visava obter vantagens políticas através da produção de dossiês e disseminação de informações falsas. A operação de hoje cumpriu mandados em Brasília/DF, Curitiba/PR, Juiz de Fora/MG, Salvador/BA e São Paulo/SP, com destaque para o uso do programa espião FirstMile para monitorar a localização de alvos através de seus celulares.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, destacou que o monitoramento incluiu ações clandestinas contra ele próprio e contra o presidente atual da Corte, Roberto Barroso, visando questionar a credibilidade do sistema eleitoral. A Polícia Federal encontrou diálogos indicando estas práticas entre os investigados Giancarlo Gomes Rodrigues e Marcelo Bormevet.

A Abin se pronunciou afirmando que colabora com as investigações desde que os fatos vieram à tona e se mostrou interessada na apuração rigorosa do caso. Rodrigo Maia, um dos alvos do monitoramento, classificou a conduta como típica de regimes totalitários e anunciou medidas legais contra os responsáveis.

O inquérito prossegue para apurar todas as circunstâncias e responsabilidades envolvidas no caso.

 

Foto: Arquivo