França autoriza teste com táxi voador durante Olimpíadas de Paris 2024

Nesta terça-feira (9), o governo da França autorizou testes com táxis voadores durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris. Segundo a agência de notícias AFP, o Ministério dos Transportes do país ainda apoiou a criação de uma plataforma flutuante que permitirá a decolagem e a aterrissagem dos veículos no rio Sena, o mais importante da região.

Segundo o decreto do governo francês, a plataforma flutuante irá operar até 31 de dezembro deste ano. O horário de funcionamento será das 8h às 17h (horário local) e, já que o projeto não conseguiu a tempo uma autorização da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), os voos serão, primeiramente, gratuitos.

O número de voos será limitado, não podendo ultrapassar o limite de dois por hora e o total de 900 ao longo de toda a experiência. A meta é aproveitar os Jogos Olímpicos para demonstrar a viabilidade de um novo modo de transporte em áreas urbanas densas com dispositivos verticais de decolagem e aterrissagem (VTOL).

O projeto é realizado numa parceria entre a Aéroports de Paris (ADP) e a empresa alemã Volocopter, que fabrica o Volocity. A prefeitura de Paris, entretanto, não aprovou a experiência, e deve entrar com recursos a fim de derrubar a autorização. A oposição classificou o projeto como “aberração ecológica”.

Conforme anúncio do gabinete da prefeita Anne Hidalgo à AFP, a Câmara Municipal de Paris irá estudar a possibilidade de ação judicial contra o decreto.

Segundo o assistente de mobilidade urbana para a cidade de Paris, David Belliard, o governo “não tem qualquer legitimidade democrática e continua a ir contra o Conselho de Paris” — referindo-se ao resultado das eleições francesas, que ocorreram no domingo (7). O bloco centrista do presidente Emmanuel Macron saiu derrotado pelo bloco de esquerda.

Vale citar que o projeto já sofreu várias críticas, incluindo um parecer desfavorável depois um inquérito público de fevereiro. Além disso, em setembro de 2023, a autoridade ambiental considerou incompleto o estudo de impacto da futura base experimental de táxis voadores prevista no Sena, conhecida como vertiporto.  Além do consumo de energia e o risco para a segurança dos passageiros, a preocupação está relacionada à poluição sonora e visual.

Em resposta às críticas, a ADP e os seus parceiros reafirmaram a utilidade dos dispositivos para o transporte médico de emergência (pacientes ou transplantados), porém também na corrida pela inovação.

 

Créditos da imagem: Reprodução/CNBC

Escrito por: Rafael Ajooz