Em forte discurso, Biden diz a aliados da Otan que Ucrânia deterá Putin

Joe Biden defendeu enfaticamente as conquistas da sua política externa na cúpula da Otan em Washington na terça-feira (9), que está sendo observada com atenção por aliados internos e internacionais, na busca por evidências de que Biden, apesar das dificuldades geradas pela idade avançada, ainda possa liderar.

O atual presidente dos Estados Unidos tem 81 anos e vem enfrentado dias de perguntas complexas sobre sua capacidade para o cargo. Nesse mesmo clima, alguns de seus colegas de partido no Congresso e doadores de campanha acreditam que ele possa perder a eleição de 5 de novembro depois do fraco desempenho no debate de 27 de junho contra o ex-presidente Donald Trump.

“(Vladimir) Putin quer nada menos, nada menos do que a subjugação total da Ucrânia … e apagar a Ucrânia do mapa”, afirmou Biden, referindo-se ao presidente russo.

“A Ucrânia pode e vai deter Putin”, concluiu o atual presidente dos Estados Unidos.

O governo Biden espera que ele possa virar a página sobre especulações depois de seu discurso da terça, no qual falou de forma mais confiante e com um tom alto de voz, evitando quaisquer deslizes verbais ou sinalizações de confusão mental que marcaram sua participação no debate.

Biden não tem cedido a pressão e vem rejeitando pedidos para se retirar da corrida contra Trump, de 78 anos, prometendo derrotá-lo em novembro. Até o momento, ele ainda conta com o apoio majoritário da maioria dos líderes do Partido Democrata.

O presidente estadunidense colocou a restauração das alianças tradicionais dos EUA no exterior como peça fundamental de sua política externa, depois de Trump desafiar os aliados com uma abordagem de “América Primeiro”.

O vencedor do pleito deste ano poderá ter um impacto crucial no futuro da Otan, da Europa e do resto do globo.

Trump indicou que, se fosse reeleito, não defenderia os membros da Otan se fossem atacados militarmente e não atendessem à meta de 2% do PIB respectivo de cada país com gastos com defesa da aliança. Além disso, ele questionou a quantidade de ajuda dada à Ucrânia em sua batalha contra a invasão russa.

O foco principal da cúpula da Otan estava previsto para ser novos compromissos de ajuda militar e humanitária à Ucrânia. Além disso, o evento serviu como ponte para que o país devastado pela Rússia pudesse integrar a aliança de 32 membros.

 

Créditos da imagem: Divulgação/Commons

Escrito por: Rafael Ajooz