França: Justiça investiga suspeita de financiamento ilegal na campanha presidencial de Le Pen em 2022

A Justiça da França abriu uma investigação sobre a campanha da líder de extrema direita Marine Le Pen na eleição presidencial de 2022 por suspeitas de financiamento ilegal, segundo comunicado emitido nesta terça-feira (9) pelo Ministério Público de Paris.

A investigação foi iniciada em 2 de julho, depois de uma denúncia de 2023 da Comissão Nacional de Contas de Campanha e Financiamento Político (CNCCFP), responsável por controlar os gastos eleitorais dos candidatos, indicou o MP, confirmando uma informação do canal de notícias BMFTV.

Sem detalhes divulgados, o anúncio da investigação judicial acontece dois dias depois da esquerda ter abafado a vitória da extrema direita nas eleições legislativas antecipadas, muito devido a acordos implícitos com a aliança de centro-direita do Presidente da França Emanuel Macron.

Le Pen, líder do partido Reagrupamento Nacional (RN), investiu 11,5 milhões de euros (12,4 milhões de dólares, 67,8 milhões de reais na cotação atual) em sua terceira campanha presidencial, em 2022.

Na campanha anterior, em 2017, a CNCCFP rejeitou 873.576 euros (945 mil dólares na cotação atual, 5,17 bilhões de dólares) dos gastos, 95% dos quais consistiam em empréstimos contraídos pela Frente Nacional (o nome do partido antes da mudança para RN) e com o micropartido do seu pai, Jean-Marie Le Pen.

Em junho, a Corte de Cassação confirmou a condenação do partido de ultradireita por superfaturamento dos kits de campanha usados por seus candidatos nas eleições legislativas de 2012, valor reembolsado pelo Estado.

Marine Le Pen, reeleita deputada no último pleito legislativo, estará presente em um tribunal a partir de 30 de setembro em um processo ao lado de outras 24 pessoas e de seu partido por desvio de fundos europeus, em um caso sobre a remuneração dos auxiliares de seus eurodeputados entre 2004 e 2016.