Dados apontam que discurso pró-armas domina plenário do Congresso Nacional desde 2015

Segundo dados do Congresso, 61 projetos de lei que incluem o termo “armamento civil” estão em tramitação na Câmara e 12 no Senado. A atual legislatura, que se estende até 2027, já acumula 75 discursos armamentistas ante apenas 24 contra. Essa alta é marcada pela criação do movimento Proarmas, liderado pelo deputado Marcos Pollon (PL-MS), o deputado mais votado em Mato Grosso do Sul.

Foi ele também o campeão de discursos desse campo, com 14, seguido de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com 7; Alberto Fraga (PL-DF), com 5; Coronel Fernanda (PL-MT), com 4; e Cabo Gilberto Silva (PL-RS), com 3 discursos. No total, 30 parlamentares usaram a tribuna a fim de defender o armamento no ano de 2023.

Em 2022, o Proarmas, maior associação armamentista do País, apoiou e conseguiu eleger 23 representantes no Congresso, sendo 16 deputados e sete senadores que, somados, receberam 18,6 milhões de votos. O PL foi o partido que fez o maior número de CACs da bancada eleita, com 17 parlamentares.

A pesquisadora Deysi Cioccari, que estudou os 1.500 discursos de Jair Bolsonaro enquanto deputado federal, entre 1991 e 2018, em sua pesquisa de pós-doutorado em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero, cita que ele ganhou os holofotes da mídia pela primeira vez quando discutiu com a deputada Maria do Rosário (PT-RS), em 2014, no fatídico episódio em que disse que a parlamentar “não merecia” ser estuprada.

Ela também afirma que foi a primeira vez em que alguém que falou de estupro foi chamado de “mito” e que os conservadores da legislatura de 2015 foram eleitos nessa onda. “Bolsonaro deu a voz que eles precisavam para se organizar e sair das ‘sombras'”. Deysi é autora do livro Jair: 1991-2022.

Créditos da imagem: Divulgação/Commons

Escrito por: Rafael Ajooz