Presidente da Bolívia, Luis Arce, desmente acusação de ter orquestrado tentativa golpista
O presidente da Bolívia, Luis Arce, desmentiu estar por trás da tentativa de golpe de Estado da quarta-feira (26). A afirmação dele é uma resposta à acusação do general e ex-comandante do Exército Juan José Zúñiga, que declarou que o líder tinha orquestrado a intervenção militar com a finalidade de aumentar sua popularidade no país.
“Não sou um político que vai ganhar popularidade através do sangue do povo. Vimos as pessoas se mobilizarem sem armas e sendo baleadas”, disse Acre.
De acordo com o presidente, ao menos 17 pessoas foram detidas por suposto envolvimento na tentativa de golpe de Estado. Foram presos Zúñiga, outros militares, ex-militares e civis. Todos serão investigados pela Procuradoria-Geral da Bolívia, que abriu um inquérito para apurar o caso.
A suspeita é de que a rebelião fora motivada pela demissão de Zúñiga, na terça-feira (25). Ele foi dispensado por ter “violado a constituição” com declarações numa entrevista que não estava autorizado a conceder. À época, o general declarou que prenderia o ex-presidente Evo Morales se ele fosse eleito nas eleições presidenciais de 2025.
Na tarde de quarta-feira (26), membros das Forças Armadas invadiram o Palacio Quemado, sede do governo boliviano. Unidades do Exército também foram vistas agrupadas em ruas e praças da capital boliviana, com automóveis blindados. O presidente Luis Arce chegou a solicitar que os militares se retirassem do palácio, mas foi ignorado por Zúñiga. Manifestantes, entretanto, começaram a ir às ruas rejeitando o golpe e exigindo democracia. Alguns momentos depois, o general foi preso.
Em resposta rápida, a comunidade internacional foi contrária à tentativa de golpe de Estado. Chile, Brasil, Argentina e Uruguai condenaram a tentativa golpista. Os Estado Unidos não se pronunciaram oficialmente, porém declararam estar avaliando a situação.
Créditos da imagem: Divulgação/Asamblea Legislativa Plurinacional
Escrito por: Rafael Ajooz