Nova gestão do Hospital da UFRJ promete reabrir leitos e realizar obras

O complexo de saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), referência para tratamentos de alta complexidade, está sob nova administração. O Hospital Clementino Fraga Filho (Fundão), o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira e a Maternidade Escola são administrados desde o início do mês pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao Ministério da Educação. A promessa da nova gestão é resgatar a qualidade dos serviços prestados com a reabertura de leitos, obras estruturantes e normalização dos contratos de insumos. Há anos as unidades enfrentam uma crise orçamentária que diminuiu drasticamente a capacidade de atendimento.

Em entrevista ao jornal O GLOBO, o presidente da Ebserh, Arthur Chioro, disse que 36 vagas de internação serão reabertas em cem dias. No primeiro ano, a meta é ter as três unidades funcionando com todos os 493 leitos — hoje há 331 disponíveis. Só no Clementino Fraga, devem ser reabertos 146 leitos até o fim do primeiro semestre de 2025. As melhorias devem ser custeadas pelo incremento orçamentário das unidades, que hoje são custeadas quase que no total pelo repasse de procedimentos médicos realizados. O planejamento é que os três hospitais recebam este ano R$ 340 milhões, 161% a mais que os R$ 130 milhões previstos.

“Precisamos de uma unidade no SUS e para o SUS. A pesquisa e a inovação vão continuar, voltadas para atender o Sistema Único de Saúde. Houve um pedido para aumentarmos o diagnóstico de câncer, os procedimentos de oftalmologia e de tratamento intensivo. Com mais leitos de UTI, poderemos realizar mais cirurgias complexas já que os pacientes precisam dessas vagas para se recuperarem”, declarou Chioro.

A fim de financiar as obras estruturantes no complexo hospitalar, o governo federal aprovou a liberação de até R$ 115 milhões, por meio do Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC). No Clementino Fraga, à exemplo, parte dos recursos será utilizada para reformar os elevadores — um problema de longa data na unidade — e fazer melhorias na parte elétrica. O laboratório que faz a pesquisa para produzir a vacina contra a tuberculose está quase fechado há cerca de três anos pois o sistema elétrico não oferece a carga necessária de energia.

“Vamos realizar as reformas progressivamente para não perder mais leitos. As enfermarias, por exemplo, têm um banheiro para cada seis leitos, enquanto a proporção deveria ser um sanitário para dois pacientes. É desconfortável para os pacientes, e muitos são idosos com direito a acompanhante”, diz Amâncio Paulino de Carvalho. o superintendente-geral do Complexo Hospitalar da UFRJ.

Créditos da imagem: Reprodução/TV Band

Escrito por: Rafael Ajooz