Seis meses depois, caso de transfobia no ‘Casarão Firmino’ segue sem desfecho

Seis meses após o caso de transfobia na saída do Casarão Firmino, na Lapa, Rio de Janeiro, o crime ainda não teve desfecho. Três mulheres foram agredidas por seguranças do local em janeiro deste ano, sendo duas delas trans e uma cisgênero. O inquérito da 5ª DP foi concluído, mas o Ministério Público ainda não ofereceu denúncia nem atualizou sobre o caso.

A vítima falou que, após a situação, ela e a irmã deixaram de reagir em casos de transfobia velada por medo de reações violentas. “A gente tem evitado qualquer tipo de reação, por exemplo quando usam o pronome no masculino, porque dá um receio de como podem ser as reações aqui no Rio”.

Os autores foram identificados e indiciados por transfobia. Uma das vítimas expressou gratidão por sobreviver, mas relatou dificuldades após o incidente, incluindo medo de reações violentas e insegurança ao sair de casa. O apoio recebido da polícia, advogados e ativistas foi reconfortante, e ela espera que os responsáveis sejam responsabilizados pelo crime. O caso gerou protestos e ampla repercussão entre organizações de direitos LGBT+ no Rio de Janeiro.

“O apoio das pessoas que nos defenderam no momento da violência e posteriormente da polícia, dos delegados e dos advogados foi nos reconfortando. Saber que as coisas estavam andando, as pessoas estavam sendo intimadas, que tinha pessoas cuidando da gente. A gente não estava sozinha. Agora, espero que as pessoas sejam presas ou que paguem pela tentativa de homicídio de uma pessoa só por ela ser quem ela é. É isso que esperamos”, aponta.

Por Carlos Palermo

Foto: reprodução