Após perseguir e ameaçar jornalista com arma na mão, Zambelli processa vítima por difamação
Luan Araújo, jornalista esportivo, foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) a prestar serviços à comunidade por ter difamado a imagem da deputada Carla Zambelli (PL-SP), ao escrever sobre ter sido perseguido por ela, nas vésperas das eleições de 2022.
Em 2022, a deputada bolsonarista foi vista em uma rua dos Jardins, bairro nobre de São Paulo, perseguindo e ameaçando com uma arma em punho o jornalista, alegando ter sido ofendida por ele. O jornalista usou de sua coluna no portal Diário do Centro do Mundo para escrever sobre o ocorrido.
A deputada, que se sentiu prejudicada com o que foi escrito, moveu uma ação contra ele. A publicação no Diário foi retirada por ordem judicial.
Ela também alegou ter sofrido injúria após o jornalista relatar que: “para mim, um homem preto, pobre e com problemas enormes, aquele dia não acabou. Ele faz questão de durar dias e mais dias até hoje. De uma forma cruel. Para ela, uma mulher branca com conexões com pessoas poderosas foi apenas mais um espaço para fazer o picadeiro clássico de uma extrema direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte“. Porém, o juiz absolveu esse trecho do texto.
“A defesa do Luan discorda da sentença condenatória, pois Luan jamais teve a intenção de difamar a Deputada Carla Zambelli, inclusive Luan é jornalista e estava no exercício de sua profissão, usufruindo do direito constitucional a liberdade de expressão e liberdade de imprensa quando fez críticas ao seguimento político em que a deputada faz parte”, disse Renan Bohus, advogado de Luan.
A Procuradoria-Geral da República pediu em janeiro de 2023 que o STF condenasse a deputada a uma multa de R$ 100 mil por danos morais coletivos, além da decretação da pena de perdimento da arma de fogo utilizada no crime, bem como o cancelamento definitivo do porte de arma.
Em agosto do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) também tornou a deputada ré por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.
Por: Ágatha Araújo
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