Presidente da CBF diz que pena a torcedores racistas é branda, ‘mas é um início’

Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), está acompanhando a seleção brasileira nos Estados Unidos e comentou sobre a condenação de três torcedores do Valencia por ataques racistas a Vini Júnior.

Os torcedores foram punidos com oito meses de prisão na Espanha pelas ofensas feitas a Vini em maio de 2023, no estádio Mestalla. Além disso, os racistas foram punidos com a proibição de entrar em qualquer estádio de futebol durante o periodo de dois anos e tiveram que pagar multas.

“Para mim, particularmente, é uma pena branda para um ato de racismo que fere de uma forma profunda o coração de quem sofre. Mas é uma pena e daí vai se buscando regulamentar, aperfeiçoar (a legislação) para que possa ter penas mais pesadas. Oito meses eu entendo ser muito pouco, mas é um início e é assim que nós queremos que possa, no mundo inteiro, estar falando a mesma linguagem” declarou Ednaldo.

Além disso, o presidente da CBF falou sobre as medidas adotadas pela Confederação Brasileira no combate ao racismo:

“Desde o início da nossa gestão, foi uma das bandeiras que a CBF defendeu de uma forma muito veemente. E no início nós chamamos a Conmebol, UEFA e FIFA para que pudessem intensificar o combate ao racismo. No início foi de uma forma tímida, apenas colocando multas em valores que às vezes aumentavam. E a proposta da CBF não era para que pudesse pagar para ser racista. A proposta da CBF era para que pudesse ter penas esportivas, assim como a CBF fez, ela sendo a primeira entidade de futebol no mundo a colocar penas esportivas no seu regulamento geral de competições. Isso para chamar a atenção que estava cada vez mais crescendo o racismo, não só no Brasil, mas em todo o mundo e principalmente no futebol. E a gente sabe que não é só no futebol, em todos os segmentos da sociedade. Nós tivemos uma parceria muito grande com a FIFA”, disse Ednaldo.

 

Por Daniela Martins
Foto: Rafael Ribeiro