Operação prende PM e outros dois envolvidos em assassinato relacionado ao Jogo do Bicho

Nesta terça-feira (11), uma operação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) prendeu três suspeitos de envolvimento na execução de um homem em uma disputa relacionada ao jogo do bicho. Entre os detidos estão um policial militar e dois homens suspeitos de monitorar e repassar informações sobre a vítima. O crime ocorreu em abril de 2023 e a vítima era aliada do contraventor Bernardo Bello.

Foram cumpridos mandados de prisão preventiva contra o PM Allan dos Reis Matos, já preso desde o ano passado, além de Marcos Paulo Gonçalves Nunes e Vitor Luis de Souza Fernandes. Eles são acusados do homicídio qualificado de Fernando Marcos Ferreira Ribeiro, ocorrido em 6 de abril de 2023, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Fernando foi morto com vários disparos de fuzil, principalmente na cabeça, por criminosos que desceram de um veículo prata na Rua Caruso.

Fernando, conhecido como Fabinho, fazia parte da organização criminosa liderada por Bernardo Bello, atualmente foragido. Fabinho gerenciava pontos do jogo do bicho na Zona Sul. Segundo as investigações, a disputa por esses pontos levou ao assassinato, visando enfraquecer a resistência da quadrilha de Bello aos ataques de um grupo rival liderado pelo contraventor Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho.

Marcos Paulo, irmão do ex-tenente-coronel Claudio Luiz da Silva de Oliveira, denunciado pela morte da juíza Patrícia Acioli, é apontado como o segundo na hierarquia da organização criminosa investigada. Ele é responsável pela gestão das máquinas caça-níqueis nas zonas Sul, Norte e Centro do Rio. Marcos Paulo e os outros dois presos foram flagrados por câmeras de segurança monitorando Fernando no dia anterior ao crime. As informações foram repassadas aos executores, incluindo o PM Rafael do Nascimento Dutra, conhecido como Sem Alma, líder de uma quadrilha de matadores de aluguel.

O grupo também é acusado da morte do miliciano Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, e de seu segurança, Alexsandro José da Silva, o Sandrinho, em novembro de 2022, a mando de Adilsinho. Além disso, tentaram assassinar Luiz Cabral Waddington Neto e seu filho, Luiz Henrique de Souza Waddington, em abril de 2023.

Após as investidas contra o grupo de Bernardo Bello, Luiz Cabral liderou uma contraofensiva, atacando o Bar Parada Obrigatória em Vila Isabel, onde contraventores rivais trocavam máquinas caça-níqueis. Durante o confronto, Marcos Paulo e Vitor Luis foram baleados. O estabelecimento pertencia ao empresário Antônio Gaspazianni Chaves, morto a tiros no último domingo (9), também ligado à guerra da contravenção.

A DHC confirmou que a mesma arma foi usada nos homicídios de Fernando Marcos e na tentativa de assassinato de Luiz Cabral, além de outros crimes, incluindo a morte do PM Diego dos Santos Santana, do policial penal Bruno Kilier da Conceição Fernandes, do policial civil João Joel de Araújo e na tentativa de homicídio de Luiz Henrique de Souza Waddington.

Marcos Paulo foi preso em um imóvel com dinheiro escondido no forro do teto, enquanto Vitor Luis foi detido em uma casa. Os agentes localizaram uma oficina de máquinas caça-níqueis, com uma máquina e peças apreendidas. A Polícia Civil ainda não divulgou os locais específicos dos cumprimentos dos mandados de prisão e busca e apreensão. As investigações continuam para identificar e prender os demais envolvidos.

 

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