Droga que retarda progressão do Alzheimer em estágios iniciais é eficaz, aponta estudo

Nesta segunda-feira (10), um grupo de consultores da FDA, Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos, votaram unanimemente a favor da eficácia do donanemab, medicamento que retardou a progressão do Alzheimer em 60% nos estágios iniciais. O comitê considerou que os benefícios do medicamento superam os riscos, abrindo caminho para uma decisão final da FDA sobre a aprovação.

O donanemab, foi desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly e é um anticorpo que elimina a beta – amiloide, substância que se acumula entre as células cerebrais e forma placas características da doença.

O ensaio clínico incluiu 1.736 pacientes com Alzheimer leve, com idades entre 60 a 85 anos. A droga mostrou uma eficácia significativa, especialmente em pacientes mais mais novos com níveis menos avançados da doença. Um do efeitos colaterais foi o inchaço cerebral, comum em até um terço dos pacientes. Para a maioria dos pacientes, o inchaço foi resolvido sem deixar sequelas, porém três voluntários não resistiram ao tratamento. Metade dos pacientes conseguiu interromper o tratamento após um ano, porque havia eliminado depósitos cerebrais suficientes.

Os participantes tratados com donanemab também tiveram um risco 39% menor de progredir para o próximo estágio clínico da doença durante o estudo de 18 meses, mesmo para os participantes que foram retirados do medicamento depois que seus níveis de depósitos amiloides caíram significativamente.

“No final do estudo, o paciente médio estava sem medicamento por sete meses e ainda assim continuou a se beneficiar”, disse Anne White, presidente de neurociência da Eli Lilly.

“a detecção e o diagnóstico precoces podem realmente mudar a trajetória dessa doença”, ressaltou Anne.

 

Por: Carolina Cordeiro

Imagem: Reprodução da Internet