Câmara do Rio revoga medalhas dos Irmãos Brazão, presos pelo assassinato de Marielle Franco

Em uma sessão realizada nesta terça-feira (11), a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro finalmente revogou as medalhas e honrarias concedidas aos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol). Esta foi a sétima tentativa de votação, após seis sessões esvaziadas por vereadores que evitavam o voto.

Domingos e Chiquinho Brazão estão presos desde o final de março, sob acusação de envolvimento na morte de Marielle Franco. O pedido de cassação das honrarias foi feito pela vereadora Mônica Benício (Psol), viúva de Marielle, e enfrentou várias tentativas frustradas de votação nos dias 9, 14, 16 e 28 de maio, além de 4 e 6 de junho, devido à ausência de vereadores.

Na sessão desta terça-feira, 20 vereadores votaram a favor da revogação, enquanto seis se abstiveram. Dos 42 vereadores presentes, 16 não se posicionaram.

“Tenho feito sistematicamente falas na tribuna buscando diálogo com os vereadores, mas a verdade é que não interessa a eles o debate político. A Câmara Municipal, enquanto se mantém nessa posição, segue afirmando para a sociedade que acha ok e que é conivente com uma vereadora ser assassinada em um crime político e não se posicionar em que lado está nessa história”, comentou Mônica Benício.

A vereadora destacou que o debate na Câmara não tem a intenção de julgar criminalmente os irmãos Brazão, mas sim de fazer uma afirmação política sobre o caso.

Acusação de mandantes do crime

No último dia 7, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa como mandantes do homicídio de Marielle Franco e por participação em uma organização criminosa. A denúncia foi baseada na delação do matador-confesso Ronnie Lessa, que implicou os irmãos Brazão como mandantes do crime.

A decisão da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro de revogar as honrarias dos irmãos Brazão é um passo significativo em resposta às acusações e uma reafirmação da posição política da Casa diante do assassinato de Marielle Franco.

 

Foto: Reprodução