La Marmotta: povo que habitou Penísula Ibérica e abandonou canoas em Roma há 7000 anos é descoberto após décadas de pesquisa

Há pelo menos 7.000 anos, em um lago próximo ao que hoje é Roma, uma comunidade desenvolveu uma tecnologia de barcos muito além do que se poderia esperar. Eles viveram lá por 450 anos até abandonarem tudo: suas casas, seus grandes barcos, suas ferramentas e até mesmo seus contêineres cheios de comida. E a cena permaneceu lá, congelada.

Depois de várias décadas de pesquisa, descobriu-se o povo de La Marmotta. A presença desse povo está
documentada por volta de 6 900 a.C. em terras helênicas, por volta de 6.100 a.C. no sul da península italiana, durante 5.700 a.C. no nordeste da península ibérica e em 5.400 a.C. nas costas portuguesas do Atlântico.

Entre os materiais de madeira encontrados em La Marmotta, há cinco grandes canoas que falam de pessoas que tinham amplo conhecimento marítimo e naval. É possível que eles tenham chegado à La Marmotta vindos das margens do Mediterrâneo por meio do rio Arrone.

Eles permaneceram no local por cerca de 450 anos, até que um evento possivelmente catastrófico, resultando em um aumento no nível do lago, forçou-os a abandonar suas casas, seus barcos, seus instrumentos e até mesmo seus recipientes de comida.

As canoas são feitas de um único tronco e possuem perfurações que indicam algumas hipóteses de uso: elas poderiam ter sido usadas para amarrar cordas ligadas a uma possível vela, foram usadas para adicionar um
estabilizador ou foram elementos intermediários para unir outro barco na forma de um catamarã, obtendo assim um casco duplo.

Por: Ágatha Araújo

Foto: divulgação/Revista Galileu