Estudo revela que meio milhão de cariocas não tem o que comer ou se alimentam apenas uma vez por dia

Em um levantamento sobre a fome, feito pelo Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC), da UFRJ, quase meio milhão de cariocas sofrem de fome. O estudo também destaca que mulheres negras, com baixa escolaridade e empregadas no setor informal, são as principais afetadas. No total, mais de 2 milhões de habitantes na cidade do Rio enfrentam algum nível de insegurança alimentar, seja leve, moderado ou grave. Em resumo, a fome afeta cerca de 7,8% dos lares do município.

A professora e pesquisadora do Instituto de Nutrição da UFRJ, Rosana Salles, destaca que é importante que os órgãos públicos analisem se os programas ofertados são suficientes para diminuir o mapa da fome na cidade.

“Cerca de 500 mil cariocas estão vulneráveis à fome, que passaram o dia inteiro sem comer ou fizeram uma única refeição ao dia. Quanto menor a renda maior em segurança alimentar grave ou seja maior a fome dos lados das famílias cariocas. Famílias que são chefiadas por mulheres ou pessoa com a cor da pele preta ou parda você olha maior vulnerabilidade em segurança alimentar grave”, explica Salles.

Outros dados que comprovam a falta de atenção a essas necessidades, é a baixa quantidade de restaurantes populares municipais, são apenas 3, (em Bonsucesso, Bangu e Campo Grande) eles atenderam apenas 6,9% da população carioca. As cozinhas comunitárias e o Programa Prato Feito Carioca foram acessados, de agosto a outubro de 2023, por apenas 2,1% dos moradores da cidade.