Caso Marielle: após pedido de prisão preventiva, Rivaldo Barbosa apela ao STF alegando falta de provas

O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, apresentou um pedido de reconsideração ao Supremo Tribunal Federal (STF), contestando a decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou sua prisão preventiva. No recurso, Barbosa solicita a revogação da prisão ou a substituição por medidas cautelares diversas. Ele está detido desde 24 de março, acusado de planejar o assassinato da vereadora Marielle Franco e proteger os mandantes do crime.

No agravo regimental protocolado nesta terça-feira, a defesa de Barbosa argumenta que a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa é a única base para sua detenção.

“A narrativa da Autoridade Policial é vaga, sem evidências de ligação entre Rivaldo Barbosa e os supostos mandantes, contatos ou reuniões, ou recebimento de qualquer vantagem econômica“, afirmam os advogados Marcelo Ferreira e Felipe Dalleprane.

A defesa também rebate as acusações de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada, afirmando que não há provas de irregularidades envolvendo as empresas de Barbosa e sua esposa.

“Além da devassa nas contas de Rivaldo e sua família, não foi apreendido sequer um real em espécie durante a busca e apreensão em sua residência”, destacam os advogados.

Na segunda-feira, após um apelo de Barbosa em um bilhete, o ministro Moraes determinou que a Polícia Federal colhesse o depoimento do delegado em até cinco dias.

“Senhor Delegado, encaminho-lhe os termos da decisão para proceder à oitiva do denunciado Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior, assegurado o direito ao silêncio e a não autoincriminação”, escreveu Moraes.

Há um mês, Barbosa já havia solicitado a Moraes para prestar depoimento à Polícia Federal, afirmando que ainda não foi ouvido pelos investigadores, apesar da ordem judicial.

Além de Barbosa, também foram alvos de mandados de prisão preventiva o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão, e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão. No último dia 10, ambos foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Todos negam os crimes.

Barbosa também pediu que sua esposa fosse ouvida, contestando a acusação de que ela teria usado empresas de fachada para lavar dinheiro, atuando como “testa de ferro” do delegado.

 

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