Caso ‘WikiLeaks’: Tribunal decide nesta segunda (20) se Assange poderá recorrer de extradição

Nesta segunda-feira (20), uma audiência crucial determinará se Julian Assange poderá fazer um último recurso contra sua extradição para os Estados Unidos. O fundador do WikiLeaks, que está preso no Reino Unido, não está presente na audiência.
Em frente à Corte Real de Justiça em Londres, dezenas de apoiadores de Assange se reuniram, exibindo bandeiras com mensagens como “Deixe-o ir, Joe”, em referência ao presidente dos EUA, Joe Biden. O local conta com uma forte presença policial e cobertura de diversos meios de comunicação internacionais.
Assange é procurado pelos Estados Unidos por acusações de espionagem relacionadas à publicação de milhares de documentos confidenciais e telegramas diplomáticos entre 2010 e 2011. Se condenado, ele pode enfrentar prisão perpétua.
Os juízes do Supremo Tribunal, Victoria Sharp e Jeremy Johnson, têm a tarefa de decidir se mantêm a decisão de extradição de 2022 do governo do Reino Unido, permitem que Assange apele ou até mesmo o liberam. Segundo Stella Assange, esposa de Julian, “tudo pode acontecer neste estágio.”
> “Julian está a apenas uma decisão de ser extraditado. Se os juízes decidirem contra ele na segunda-feira, não haverá mais vias de recurso no Reino Unido,” afirmou Stella Assange na semana passada durante uma reunião organizada pela Associação de Imprensa Estrangeira em Londres.
Se o tribunal decidir contra Assange, ele poderá tentar impedir sua extradição solicitando uma liminar de emergência ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH).
A equipe de Assange planeja apresentar esse pedido, se necessário, após o fim do processo judicial no Reino Unido, para evitar que ele seja levado aos Estados Unidos.
Em março, a decisão sobre a extradição foi adiada enquanto os juízes buscavam garantias, incluindo a promessa dos EUA de que não aplicariam a pena de morte a Assange, que é australiano e tem 52 anos.
Kristinn Hrafnsson, editor-chefe do WikiLeaks, classificou o caso de Assange como “fraudado” e afirmou que o processo judicial é um exemplo de “corrupção institucional em nível judicial,” descrevendo Assange como “um preso político.”
Foto: Reprodução CNN