Estudo aponta aumento de mortes relacionadas ao calor na Europa nos últimos 20 anos

O relatório Lancet Countdown sobre a Europa indica um aumento médio estimado de 17,2 mortes por 100.000 habitantes entre os períodos 2003-2012 e 2013-2022, relacionado ao calor. O documento, divulgado nesta segunda-feira, examina as consequências da crise climática no continente europeu, que está aquecendo duas vezes mais rápido que a média global.

Segundo a Aliança para o Ambiente e a Saúde (HEAL), organização europeia sem fins lucrativos, os governos europeus não têm protegido adequadamente seus cidadãos dos impactos das mudanças climáticas na saúde. A HEAL enfatiza a necessidade de ações urgentes, como estratégias de adaptação e reforço do planejamento urbano e espaços verdes para reduzir o estresse térmico.

O relatório apresenta 42 indicadores que examinam os impactos negativos das mudanças climáticas na saúde dos europeus. O aumento das temperaturas tem contribuído para a mortalidade relacionada ao calor e reduzido oportunidades de trabalho, além de aumentar os períodos de risco para atividade física.

A exposição a fenômenos climáticos extremos, como ondas de calor, secas e incêndios florestais, também aumentou, com diversas consequências negativas para a saúde humana. O relatório destaca o aumento da insegurança alimentar e a propagação de doenças sensíveis ao clima, como leishmaniose, vírus do Nilo Ocidental, dengue, malária e doença de Lyme.

Os autores do relatório alertam que as mudanças climáticas estão presentes e já afetam diretamente a saúde das pessoas, tanto dentro quanto fora da Europa. Eles enfatizam a necessidade de atenção global à questão ambiental,  e apoio às comunidades mais afetadas.