Irmãos são vítimas de racismo em escolas particulares de Niterói

Renata Motta Valadares, mãe de dois adolescentes abriu dois boletins de ocorrência contra adolescentes de duas escolas particulares diferentes de Niterói, Região Metropolitana do Rio, pois seus filhos, que estudam nas escolas, sofreram racismo.

O filho mais velho de Renata, adolescete de 15 anos, que preferiu não ser identificado, participa de um grupo de Whatsaap e um adolescente enviou a foto dele com a mensagem:

“Recentemente este animal foi colocado na jaula de um zoológico e foi feita uma pesquisa com os visitantes para tentarem adivinhar qual era o animal na jaula”, dispara um adolescente

“Tá parecendo um macaco”, disse outro

Em entrevista à Rede Globo Renata disse que o adolescente já vinha percebido o filho triste

“Quando eu vi, não acreditei. Ele estava muito triste, já vinha sofrendo bullying”, conta Renata.

A direção do colégio do adolescente informou que os alunos estão cumprindo suspensão interna, sem contato com o restante da turma, e que vão fazer um trabalho sobre racismo. O posicionamento do colégio conclui dizendo que não concorda com a expulsão dos alunos e que acredita na educação.

Renata registou o caso na delegacia e foi ao conselho tutelar.

Já a filha mais nova de 13 anos, a Gabriela,foi defender uma amiga que estava sendo ofendida por um garoto, que dizia que ela tem ‘cabelo de crioulo’.

“Eu perguntei se ele sabia que era crime, ele fingiu que não ouviu e começou a me ofender. Disse que meu cabelo parecia de microfone”, conta Gabriela.

Depois que a mãe entrou em contato com a escola, o menino foi expulso.

Em nota assinada pela direção do colégio de Gabriela, diz que repudia qualquer ato de discriminação e preconceito, e que tem uma política de conscientização e educação antirracista.

Em relação ao ano passado, o município registrou um aumento de quase 4 vezes no número de registros de injúria racial, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP).

Um estudo da Inteligência e Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) coloca o ambiente escolar no topo da lista de locais em que os brasileiros mais afirmam ter sofrido violência racial. Das 2 mil pessoas entrevistadas, 38% alegaram ter sofrido racismo na escola, faculdade ou universidade.

Por: Carolina Cordeiro

Imagem: Reprodução televisão