Operação desarticula esquema de venda ilegal de Óleo de Maconha para cigarros eletrônicos
Nesta quarta-feira (24), uma operação conjunta entre a Polícia Civil do Rio de Janeiro, São Paulo e agentes do Distrito Federal resultou na desarticulação de uma rede de venda ilegal de óleo de maconha pela internet. A ação tinha como alvo nove mandados de prisão e 12 de busca e apreensão nos três estados, culminando na detenção de sete indivíduos, incluindo três influenciadoras digitais e um residente de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
As influenciadoras identificadas como Rhaynara Didoff, com cerca de 40 mil seguidores, Letícia Susane Correia, com 34 mil, e Elisa de Araújo Marden, com 7 mil seguidores, foram presas no Distrito Federal, enquanto os outros três suspeitos foram detidos em São Paulo.
O foco da operação era desmantelar uma organização criminosa especializada na importação e distribuição de cigarros eletrônicos contendo extratos de maconha em forma de óleo. O grupo utilizava publicidade ostensiva nas redes sociais, pagando influenciadores digitais para promover o negócio.
Profissionais de tecnologia da informação do Rio de Janeiro estavam envolvidos na construção das plataformas de comércio eletrônico do grupo, facilitando a lavagem de dinheiro através da automatização dos pagamentos e uso de documentos falsos.
Os membros do grupo informavam a venda de diferentes variedades de maconha em seus websites e redes sociais, porém, na realidade, a droga estava misturada com solventes diversos e aromatizantes. Eles também alegavam vender remédios para diversas doenças, atribuindo propriedades terapêuticas ao produto.
Segundo as investigações, o óleo de maconha era importado dos Estados Unidos para o Paraguai e posteriormente trazido ao Brasil, sendo camuflado em potes de cera de depilação e distribuído pelos Correios em São Paulo. Parte dos insumos utilizados nos cigarros eletrônicos vinha da China e do Rio de Janeiro.
Os líderes do grupo, sediados no interior de São Paulo, operavam remotamente e não tinham contato direto com as drogas, que eram enviadas a traficantes e usuários através de contrato com uma empresa privada e postadas pelos Correios. Estima-se que o grupo movimentava cerca de R$ 2 milhões por mês somente nas vendas pela internet.
Os criminosos enfrentarão acusações que incluem tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsificação de documentos públicos e uso de documentos falsos.
A operação, denominada “Refil Verde”, ocorreu no âmbito da operação “Nárke” do Ministério da Justiça e contou com técnicas especiais de investigação e a colaboração do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Nas redes sociais, a influenciadora Rhaynara se descreve como cantora, atriz e humorista, enquanto Elisa se identifica como empresária, mantendo um perfil de venda de “utensílios canábicos”. Já Susane faz diversas publicações divulgando o produto.
Apesar da venda ilegal descoberta durante as investigações, o Canabidiol (CBD), extraído em formato de óleo da Cannabis, pode ser utilizado de forma medicinal. Em 2022, o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou a prescrição do canabidiol como terapia médica para o tratamento de epilepsias na infância e adolescência, vedando seu uso em adultos e proibindo a prescrição da maconha in natura para uso medicinal, bem como quaisquer outros derivados, exceto o canabidiol.
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