Covid-19: atrasos na aquisição de vacinas pelo Ministério da Saúde causam adiamento da campanha de imunização
O início da campanha de imunização contra a Covid-19 deste ano foi adiado devido a atrasos no processo de compra de vacinas pelo Ministério da Saúde, provocando desabastecimento em vários Estados do País.
Segundo o ministério, o problema decorreu de um impasse entre as farmacêuticas Pfizer e Moderna, que disputavam na Justiça por divergências no pregão de compra. Especialistas destacam, no entanto, que a falta de imunizantes também está relacionada à ausência de um planejamento adequado por parte do ministério.
Inicialmente prevista para março e posteriormente para abril, a campanha agora só deve iniciar em maio. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel, explicou que o atraso ocorreu após uma disputa jurídica entre as empresas envolvidas no pregão, com desfecho previsto para esta quinta-feira, 18.
Atualmente, o Ministério da Saúde possui apenas 1,5 milhão de doses da vacina pediátrica contra a Covid-19 em estoque para distribuição, sem mais doses disponíveis para maiores de 12 anos.
Especialistas criticam a demora do governo em adquirir as doses atualizadas da vacina contra a Covid-19, destacando que esses imunizantes estão disponíveis em outros países há meses. Julio Croda, infectologista da Fiocruz, apontou a falta de planejamento como uma das falhas do ministério.
O ministério, por sua vez, espera assinar o contrato até sexta-feira e estima que as doses sejam entregues em até sete dias após a assinatura. Ethel defendeu o ministério das críticas, afirmando que todos os esforços foram feitos para agilizar o processo de compra.
Além do processo de compra de 12,5 milhões de doses pela modalidade emergencial, o Ministério da Saúde também iniciou um procedimento de compra regular para adquirir cerca de 70 milhões de vacinas, porém esse trâmite costuma levar cerca de oito meses.
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