Promotoria de Nova Friburgo recorre contra decisão que converteu prisão de padre denunciado por crimes sexuais

A 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Nova Friburgo protocolou, nesta semana, um recurso contra a decisão da 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo que alterou a prisão preventiva do padre Alexandre Paciolli Moreira de Oliveira, acusado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) pelos crimes de importunação sexual e estupro de vulnerável, para prisão domiciliar. No recurso, a Promotoria destaca que o denunciado não apresentou provas de estar “extremamente debilitado por motivo de doença grave”, conforme alegado por sua defesa para solicitar a mudança da custódia.

Além disso, o MPRJ ressalta no recurso que não foi concedida à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária a oportunidade de se manifestar sobre a possibilidade de fornecer os cuidados pós-operatórios que o padre afirma necessitar após uma cirurgia na coluna.

“É importante salientar que o réu possui estreitos laços com o Vaticano, viajando frequentemente para Roma com facilidade, o que pode prejudicar a instrução do processo, e que há várias outras vítimas e testemunhas que se sentiram encorajadas a prestar depoimento após a prisão do denunciado”, destaca um trecho do recurso.

A Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Nova Friburgo apresentou denúncia contra o padre Alexandre Paciolli no último dia 26 de março, pelos crimes de importunação sexual e estupro de vulnerável, cometidos contra a mesma mulher em agosto de 2022 e janeiro de 2023, em Nova Friburgo.

A denúncia descreve que Alexandre, um líder religioso da Igreja Católica, aproveitando-se da ingenuidade e da fé da vítima, e sob o pretexto de sentir fortes dores, passou a praticar atos libidinosos com ela, que, considerando o denunciado como seu protetor sagrado, não conseguiu oferecer resistência.

 

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