Inflação em março surpreende com baixa de 0,16%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação do país, registrou uma surpreendente desaceleração em março, marcando um aumento de apenas 0,16%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (10).

No acumulado do ano, o IPCA apresenta alta de 1,42%, enquanto nos últimos 12 meses atinge 3,93%, abaixo dos 4,50% observados no período anterior. Vale ressaltar que a meta estabelecida pelo governo para este ano é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Os 3,93% registrados nos últimos 12 meses estão dentro dessa faixa de tolerância.

A desaceleração em relação a fevereiro, quando o índice registrou 0,83%, foi mais acentuada do que o esperado pelo mercado, surpreendendo negativamente.

Em contraste com as expectativas, o IPCA ficou bem abaixo das projeções, que indicavam um aumento de 0,24% em fevereiro, conforme a projeção mediana de 38 instituições financeiras e consultorias consultadas pelo Valor Data. As estimativas variavam de um avanço de 0,15% a 0,34%.

Em relação aos grupos de produtos e serviços, seis dos nove pesquisados apresentaram alta em março, segundo o IBGE. O maior impacto veio do grupo “Alimentação e Bebidas”, que registrou um avanço de 0,53%. Em seguida, o grupo “Saúde e Cuidados Pessoais” apresentou um aumento de 0,43%. Por outro lado, o grupo “Transportes” teve uma queda de 0,33%.

Dentre os destaques, a alimentação no domicílio desacelerou de 1,12% em fevereiro para 0,59% em março, com aumentos significativos nos preços da cebola (14,34%), do tomate (9,85%), dos ovos de galinha (4,59%), das frutas (3,75%) e do leite longa vida (2,63%).

No grupo “Saúde e Cuidados Pessoais”, o aumento foi impulsionado pelo encarecimento do plano de saúde (0,77%) e dos produtos farmacêuticos (0,52%).

No que diz respeito à habitação, houve um aumento de 0,19%, influenciado principalmente pelo aumento da energia elétrica (0,12%).

Já no grupo “Transportes”, a queda de 0,33% foi atribuída principalmente à redução de 9,14% nas passagens aéreas. Os combustíveis tiveram uma leve alta de 0,17%, com destaque para o etanol (0,55%) e a gasolina (0,21%), enquanto o gás veicular registrou uma queda de 2,21% e o óleo diesel recuou 0,73%.

 

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