Ativistas cobram da Vale ações concretas ambientais na COP28
Três ativistas populares interromperam um painel da COP 28, nesta segunda-feira (04), do qual participavam representantes do governo federal brasileiro e da empresa Vale. A mineradora é responsável pelos desastres de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, que resultaram em quase 300 mortes e afetaram mais de 350 mil pessoas. Diante de dezenas de espectadores, lideranças negras e indígenas deixaram os painelistas sem reação ao denunciar a falta de consideração às populações vulneráveis nas discussões climáticas. A ação foi gravada e publicada nas redes sociais.
“Vocês falam de transição energética, vocês falam de preservação do planeta, mas são vocês que colocam a vida em extinção, são vocês que ameaçam o nosso território. E aí não dão nem a oportunidade de ouvir as pessoas que estão aqui”, disse Thiago Guarani, da Terra Indígena Jaraguá, em São Paulo (SP).
A representante da Vale no painel era Ludmila Nascimento, diretora de Energia e Descarbonização da mineradora. A discussão era mediada por Thiago Barral, Secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia. Outras ONGs e institutos também participavam, mas sem representantes diretos das populações tradicionais e originárias dos biomas.
Luciana Souza, da rede Vozes Negras pelo Clima, cobrou a representante da Vale pela devastação da bacia do Rio Doce. “Por favor, Ludmila, faça pelo menos uma cara triste, porque sua cara é de extremo deboche com a nossa dor”, disse.
Foto: Reprodução
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