Homem some no mato por 50 dias e se alimenta de mel e maracujá no Ceará
Um homem de 39 anos foi encontrado, nesta segunda-feira (24), na zona rural do município de Independência, a 310 km de Fortaleza, após passar 50 dias desaparecido. Durante esse período, o homem, identificado como José Cristóvão Rodrigues da Costa, sobreviveu se alimentando de vegetais e animais encontrados no mato.
José Rodrigues desapareceu na tarde de 5 de junho. Ele viaja de ônibus da cidade de Leme, em São Paulo, para o município cearense de Pedra Branca, onde sua família mora. Segundo familiares, durante o percurso José apresentou um quadro de instabilidade mental e teria abandonado suas bagagens e desaparecido na Cruzeta, em Pedra Branca.
“Os primeiros sinais que ele passou, que a gente viu que ele tava com problema, foi na viagem, na Bahia. Ele começou a apresentar sinais, que tinha um pessoal no ônibus que queria matar ele, mania de perseguição. A todo momento ele falava que o pessoal ia matar ele”, conta a irmã de José, Antoniclé Rodrigues.
A família tentou interceptá-lo em Cruzeta, mas José já havia desaparecido. Ao longo dos 50 dias em que passou sumido, o cearense permaneceu escondido no matagal da região, que possui várias propriedades rurais.
A família acredita que a sobrevivência de José se deve às suas habilidades com agricultura. Ele trabalha como cortador de cana e participava das colheitas da safra.
Nesse tempo, José teria sobrevivido se alimentando de maracujá do mato, jerimum e de enxu de abelha, um tipo de mel encontrado nas colmeias de abelhas selvagens. Após semanas de alimentação precária, José pediu ajuda a um agricultor que trabalhava em uma roça da região. Ele o abordou depois de sentir confiança no homem, pediu comida e que ele entrasse em contato com suas irmãs.
A família chegou ao local para reencontrá-lo, porém ele ainda estava muito assustado e não quis se aproximar. Depois de acalmá-lo, as irmãs o levaram para o hospital onde está internado e medicado.
De acordo com a família, José ficará morando com a mãe deles após atendimento psiquiátrico e receber um diagnóstico preciso de sua situação.
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal