Relatório da Abin, entregue à CPMI do 8 de Janeiro, identifica suspeitos de organizar e financiar o plano da tentativa de golpe

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) compartilhou, com a  CPMI dos Atos Golpistas, 11 relatórios de inteligência que descrevem as diversas frentes da organização da invasão e destruição das sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro deste ano. Os documentos, obtidos pela TV Globo, mostram uma espécie de roteiro da tentativa de golpe. 

Entre os pontos sinalizados no relatório, estão o rastreamento de suspeitos de financiar e divulgar os atos golpistas, assim como organizadores e os planos, que envolviam ataques a torres de energia e a sistemas de controle do Distrito Federal. 

A Abin identificou 83 pessoas e 13 organizações que contrataram 103 ônibus fretados com o objetivo de transportar para Brasília 3.875 pessoas, todas já identificadas. A maioria deles, empresários da região Sul e Sudeste. 

A Abin ainda alerta que “é provável que diversos contratantes tenham sido utilizados como ‘laranjas’ com objetivo de ocultar os verdadeiros financiadores das caravanas e dos manifestantes”.

Além disso, o documento aponta, de acordo com a emissora, a participação de uma rede de empresários do garimpo no financiamento dos atos. Entre eles, estão os nomes de Roberto Katsuda e Enric Lauriano, que estão diretamente ligados à prática do garimpo e possuem relação com políticos da região. 

Outra informação encaminhada pela Abin à CPMI, é a identidade de um influencer digital, com nome não divulgado, responsável pela convocação de bolsonaristas para o ato. Ele disse aos extremistas que estava estruturando um grupo paramilitar no Rio de Janeiro, com integrantes da polícia, para “prover treinamento e armamento aos demais membros”. 

 

Foto: Reprodução/Abin

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